ATA DA DÉCIMA SEXTA SESSÃO SOLENE DA QUARTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA PRIMEIRA LEGISLATURA, EM 06.08.1996.
Aos seis dias
do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e seis reuniu-se, no
Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Às dezessete horas e trinta e cinco minutos constatada a existência de
”quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão
destinada à entrega do Título Honorífico de Cidadã Emérita de Porto Alegre à
Senhora Alzira Dornelles Bán, nos termos do Requerimento n0
35/94 (Processo n0 1806/96) de autoria do Vereador Jocelin
Azambuja. Com puseram a MESA: Vereador Isaac Ainhorn, Presidente da Câmara Municipal de Porto
Alegre, o Vereador João Dib, a Senhora Alzira Dornelles Bán, Homenageada, a
professora Sônia Pilla Vares, Secretária Municipal de Educação, representando o
Prefeito Municipal de Porto Alegre, a Senhora Inese da Rocha, Presidente do
Instituto Cultural Português, a professora Ellen Walkíria Eifler, Presidente da
Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul e a Senhora Sílvia Benedetti,
Presidente do Grêmio Literário Castro Alves. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente convidou a todos para, em pé, assistirem à execução do Hino
Nacional. Logo após, o Senhor Presidente registrou a importância desta
homenagem a uma pessoa que realiza tão relevantes ações comunitárias, citando
passagens da vida da Homenageada. Em continuidade, o Senhor Presidente concedeu
a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador Jocelin
Azambuja, em nome das Bancadas do PTB, PDT, PMDB e PCdoB e como autor da
proposição desta homenagem, discorreu sobre a trajetória e os serviços
prestados pela homenageada em benefício de nossa comunidade, agradecendo-a pela
mensagem de otimismo, fé e esperança que esta nos têm transmitido. Em
continuidade, o Senhor Presidente registrou, como Extensão de Mesa, as
presenças dos filhos da Homenageada, Ana Clara, e Adalberto Estevão, seu neto
Rafael, Senhor Dimitri Pedrazzi, Vice
Presidente da Casa do Poeta Rio-Grandense, Senhora Sheila Stumph, representante
da Associação Brasileira de Mulheres Universitárias, Senhor Fioli Marrone,
Presidente do Centro Calabrese do Rio Grande do Sul e do Senhor Irajá Damiani
Pinto, fundador da Escola de Geologia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Em prosseguimento, o Vereador Antonio Hohlfeldt, em nome das Bancadas do
PSDB, PT e do PFL, discorreu sobre os inúmeros feitos e qualidades da
homenageada, saudando-a e agradecendo-a por sua dedicação à nossa comunidade. A
seguir, o Vereador João Dib, em nome da
Bancada do PPB, felicitou a Senhora Alzira Bán pela presente homenagem
ressaltando que este pequeno momento de alegria que ela agora presencia
eqüivale a felicidade distribuída aos outros por ela própria. Em continuidade,
o Senhor Presidente convidou o Ver. Jocelin Azambuja para a entrega do Título
de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Homenageada. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente concedeu a palavra à homenageada, que agradeceu emocionada a
presente homenagem, salientando algumas passagens importantes de sua
trajetória. Às dezoito horas e vinte e oito minutos, nada mais havendo a
tratar, o Senhor Presidente agradeceu à presença de todos e declarou encerrados
os trabalhos. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Isaac Ainhorn e
secretariados pelo Ver. Jocelin Azambuja, como secretária “ad hoc”. Do que eu,
Jocelin Azambuja, secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata
que, após distraída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores
Presidente e 10 Secretário.
Neste momento, devolvo a Presidência eventual ao Sr. Presidente da
Câmara, Ver. Isaac Ainhorn.
O SR. PRESIDENTE (Isaac
Ainhorn):
Agradeço a gentileza e a presteza do meu colega, Ver. João Dib, que deu início
aos trabalhos da presente Sessão Solene em que a Câmara de Vereadores outorga,
de forma solene, o Título Honorífico de Cidadã Emérita à Sra. Alzira Dornelles
Bán.
Composta a Mesa convidamos a todos a assistir, de pé, à execução do Hino
Nacional Brasileiro.
(Executa-se o Hino Nacional Brasileiro.)
Na tarde de hoje, por iniciativa do Ver. Jocelin Azambuja, a Câmara Municipal de Porto Alegre tem a honra de outorgar, em Sessão Solene, o Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre à Sra. Alzira Dornelles Bán. Desnecessário se torna referir aqueles qualificativos e predicados que fizeram com que esta Casa, a representação política e comunitária da sociedade porto-alegrense, outorgasse à Alzira Bán o Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre. Quem não conhece na sua comunidade, no Bairro Menino Deus, o trabalho desenvolvido por Alzira Bán, as suas lutas, a sua determinação, a sua firmeza na condução dos assuntos de interesse da comunidade?
De outro lado, gostaríamos também de salientar as atividades desenvolvidas por Alzira Bán como professor, bióloga, literária e poetisa. Tudo isso conforta a decisão de ter a Câmara Municipal, por unanimidade, outorgado esse Título de Cidadã Emérita de Porto Alegre. A própria lei que regula a outorga do Título de Cidadã Emérita refere que a fundamentação e a motivação para outorga desse Título é a prática e o exercício de relevantes ações comunitárias, e a Casa Legislativa desta Cidade conhece de sobra as suas ações, a sua presença em inúmeros momentos aqui nesta Casa. Quando Projetos de Lei polêmicos são debatidos e discutidos pelos Vereadores, ela vem até aqui externar as suas posições, da sua comunidade, a visão das pessoas que representa.
Ainda hoje tivemos uma palestra nesta Casa sobre o polêmico tema da
institucionalização do Orçamento Participativo e aqui se fazia presente Alzira
Bán, dando a sua posição, a sua experiência, o seu conhecimento e a sua prática
comunitária, numa posição desinteressada pessoalmente, mas muito interessada em
fazer cada vez mais participativa a comunidade que representa.
Por todas essas razões, feliz foi o Ver. Jocelin Azambuja, que soube captar o reconhecimento da sociedade e propor o Projeto que foi, como disse, aprovado por unanimidade por esta Casa e que hoje, solenemente, se outorga. Por essa razão, em nome da Mesa Diretora, nós gostaríamos de deixar aqui o reconhecimento e o agradecimento por tudo aquilo que Alzira Bán já fez aquilo que fará pela sociedade porto-alegrense e, especialmente, pelo segmento regional que ela representa, que é o Bairro Menino Deus. E inúmeras vezes, eu, pessoalmente, como Vereador, e tantos outros, com certeza, recebemos telefonemas da Sra. Alzira cobrando posições e reivindicando coisas para a sua comunidade. Por isso que nós, orgulhosamente, no dia de hoje, nos reunimos nesta Sessão Solene para reconhecer o trabalho desenvolvido por Alzira Bán. Muito obrigado.
Inicialmente convido para falar em nome das Bancadas do PTB, PDT, PMDB
e PCdoB, o autor da proposição, Ver. Jocelin Azambuja.
O SR. JOCELIN AZAMBUJA: (Saúda os componentes da
Mesa e convidados.) Depois do discurso do nosso Presidente, Ver. Isaac Ainhorn,
citando passagens da vida da nossa homenageada, gostaria de colocar alguns
pontos que foram fundamentais para que pudéssemos, hoje, conferir esse Título à
Alzira Bán.
A Alzira tem um trabalho muito apaixonante. É uma pessoa que se
apaixona por tudo o que faz. Ela não é simplesmente uma pessoa da comunidade
que estudou, que se formou, que usou seus conhecimentos para o seu trabalho: ela passou a ajudar a comunidade.
Em tudo o que se envolve, ela o faz com profundo amor, paixão. Por isso é que a
estamos homenageando. Gostamos dessa energia positiva que ela tem e que
transmite a todos nós. eu, particularmente, tive a oportunidade de conhecê-la há
alguns anos no nosso Bairro Menino Deus; depois, até, envolvido na atividade da
Associação do Bairro Menino Deus, junto com todos os nosso vizinhos, a Alzira,
Presidente da ASSAMED, a Alzira dando tudo de si, se doando de forma
maravilhosa junto com outros companheiros. Vejo, aqui, o querido Benedetti, que
também trabalhou naquele período; os amigos da Diretoria da ASSAMED,
ex-Diretores, atuais Diretores, da Federação do Círculo de Pais e Mestres,
pessoas ligadas ao CPERS-Sindicato, já que a Alzira também foi representante do
CPERS, na sua caminhada, no Infante Dom Henrique.
Ela tem, assim, passagens em todas as áreas; é no movimento sindical, é
no movimento literário, é no movimento comunitário. Andou lá em Portugal, nos
representando no concurso de poesias que ganhou.
Ela anda sempre às voltas com projetos maravilhosos, como, agora, para
a colocação de uma Capela no Bairro Menino Deus. Ela está sempre procurando
criar alguma coisa que seja útil à nossa comunidade. É Vice-Presidente da
Associação, atua de forma efetiva e tem esse lado importante que todos nós
amamos na Alzira, que é o amor que ela dedica a tudo que faz. Ela se entrega de
corpo e alma, ela se dedica com amor, ela vai às autoridades, ela cobra de tudo
que é governante, não tem partido, não tem nada, ela está lá em cima.
Quando nós lutávamos para ter a sede do Bairro Menino Deus, ela ia ao
Prefeito que, na época, era o Olívio Dutra, fazia atas para eles assinarem e,
depois, falava com o Tarso Genro e, assim, era com todos os Secretários, da
Agricultura, o ex-Governador, o atual Governador. Ela sempre lutou para
preservar os direitos dos cidadãos, preservar os interesses das suas
comunidades, das áreas em que ela atua, seja na área da cultura, seja na área
da educação, onde a Alzira sempre teve uma energia positiva onde quer que vá.
Às vezes, eu estou junto com ela, em algum lugar, e daqui a pouco surge um
aluno dela e conversam. Aqui estão ex-alunos dela, o Prof. Marrone, nosso
Presidente da Sociedade Calabrese e do nosso bairro, e outros tantos que aqui
estão, que tiveram oportunidade de conviver de forma afetiva com a Prof a.
Alzira.
Este é um momento de carinho, de reconhecimento que a Cidade de Porto Alegre dá pelo trabalho que a Alzira tem desenvolvido ao longo dos anos, pela seriedade com que ela tem atuado em todas as áreas em que se envolveu e também pelo desejo de que ela continue assim: ativa, atuante, não abrindo mão de estar à frente de todos os movimentos. Lembro até do último movimento de que ela participou, contra o albergue construído ali no Menino Deus, porque o Menino Deus não queria o albergue, e lá estava a Alzira. Ontem à noite me telefonava um cidadão para falar a respeito e me falava no nome da Alzira. Ela não abria mão da defesa dos interesses da sua comunidade.
Assim ela tem sido lá no Grêmio Literário Castro Alves, na Casa do
Poeta Rio-Grandense e em todas as instituições de que tem participado. Vejo que
seus colegas de atividades dizem que, se a Alzira está, estão junto, também,
participando. Eles gostam de participar com a Alzira porque ela é dinâmica,
atuante. Ainda mais agora que o neto gosta de literatura, escreve, já ganhou
seus prêmios; a neta também já ganhou. A veia artística já ficou consagrada na
família e está-se desenvolvendo cada vez mais.
Hoje é um dia de alegria e festa para todos nós, por podermos
homenagear a nossa querida Alzira Dornelles Bán, em especial pela maneira com
que esta Casa concedeu, de forma unânime, esse Título de Cidadã Emérita de
Porto Alegre à Alzira, que hoje faz parte também do Conselho de Cidadãos
Eméritos da Câmara Municipal de Porto Alegre como membro atuante e destacado.
Ocupando as funções nesse Conselho, busca fazer com que cada vez mais a vida de
todos nós seja melhor. Agradeço profundamente.
Quis fazer-te essa homenagem para dizer muito obrigado por tudo o que
tens feito por nós, porto-alegrenses, porque aonde vais estás sempre levando
uma mensagem de otimismo, fé, esperança e de trabalho, um trabalho forte,
positivo, sério, honesto, que é o que precisamos nesta sociedade que tanto clama
por pessoas com responsabilidade que possam ajudar a todos a transformar nossa
Cidade, nosso Estado e nosso País de forma mais positiva e melhor para todos
nós. Muito obrigado (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de passarmos a
palavra ao próximo orador, gostaríamos de referir, como extensão da Mesa, as
presenças dos filhos da homenageada, Ana Clara e Adalberto Estevão; seu neto
Rafael; Sr. Dimitri Pedrazzi, Vice-Presidente da Casa do Poeta Rio-Grandense;
Sra. Sheila Stumph, representante da Associação Brasileira de Mulheres
Universitárias; Sr. Fioli Marrone, Presidente do Centro Calabrese do Rio Grande
do Sul; e do Sr. Irajá Damiani Pinto,
fundador da Escola de Geologia da UFRGS.
O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra e falará em nome de seu
Partido, o PSDB, bem como pelas Bancadas do PT e do PFL.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr Presidente e Srs.
Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Provavelmente
seria o ideal que, nesta Sessão, apenas o Ver. Jocelin Azambuja falasse, porque
certamente expressaria a posição concreta de todos os Vereadores presentes e
ausentes desta Casa, que votaram esse Projeto de Resolução. Mas é evidente que
apenas um Vereador falando diminuiria o significado de tudo aquilo que o Ver.
Isaac Ainhorn e próprio Ver. Jocelin Azambuja destacaram aqui, de toda a tarefa
da Alzira. Muitos de nós paramos nossas atividades e o atendimento às pessoas e
fizemos questão de estar aqui presentes.
Quero destacar que só mesmo a Alzira Bán conseguiria fazer com que um
“tucano” como eu fosse representante simultaneamente dos liberais do PFL e dos
socialistas do PT. Isso demonstra exatamente as coisas que a Alzira Bán faz. Eu
quero, inclusive, agradecer ao Ver. Reginaldo Pujol e ao Ver. Henrique Fontana
– líderes do PFL e do PT – essa confiança, e depois vou dizer à Yeda Crusius
que representei os dois lados mais extremos desta Cidade, mas os dois lados que
nesta Cidade convivem e são capazes de se unificar em momentos como este, de
uma homenagem como esta que fizemos para Alzira. A Alzira mulher, que deve ter
dado um trabalho para a família! Imaginem, essas coisas não aparecem na
Exposição de Motivos, nem do Jocelin, nem nos discursos oficiais. Mas eu fico
imaginando Alzira adolescente, em Cruz Alta - deve ter incomodado um bocado por
lá! Se vale aquilo que ela hoje continua incomodando, deixa tudo como está –
atrapalha menos – a não ser se as pessoas estão interessadas em mudar. Fico
imaginando a mãe de família, atrapalhada com o marido, filhos e, agora, com os
netos, e fico me lembrando, não sei se a Alzira vai lembrar – não vou dizer
quando, se não vou parecer muito velho - , a primeira vez que me encontrei com
ela, e não foi com aquilo que nos aproximou na literatura. Estava indo
trabalhar no “Correio do Povo”, como jornalista na área cultural, e Alzira já
militava nessa área toda, e volta e meia aparecia para falar com a gente, levar
um poema, discutir coisas de literatura, como, aliás, faz até hoje.
Volta e meia nos encontramos fora dessa militância, da atividade
social, para falarmos de literatura, nas reuniões mais diferentes da Associação
Gaúcha dos Escritores, que é a entidade comum nossa. E lá está Alzira fazendo
campanha – ela não pára de fazer campanha: é para a Presidência da Associação
Gaúcha dos Escritores, é para o Grêmio Literário Castro Alves, é para nossa
Associação Gaúcha dos Escritores, e por aí a fora.
De outro lado, muitos anos depois, eu Vereador, ela ligada à Comunidade
Menino Deus, lá estava de novo Alzira reivindicando, trazendo os problemas,
cobrando mais, justamente, porque esse é o nosso dever. A Alzira tem um jeito
de chegar. Não chega brigando – a briga ela deixa para depois – mas ela chega
simpática, rindo, às vezes contundente, na maioria dos casos aliciante,
convencendo, e, quando a gente vê, já aceitamos, já dissemos que sim, já
encaminhamos e já estamos dizendo amém. Então, Alzira sai feliz da vida. Muitas
vezes cruzei mais rapidamente, menos rapidamente pelo Bairro Menino Deus e lá
estava a Alzira na briga pela praça , para conseguir colocar a praça existente,
de fato, de pé, e pela construção do espaço da Associação. E só agora, Alzira,
relendo o processo formal, eu comecei a compreender algumas coisas. Não é por
acaso que Alzira nasceu na Cruz Alta, lá, do Érico Veríssimo, e fiquei
imaginando exatamente essa imagem; a Alzira é muito próxima das personagens da
Bibiana, da Maria Valéria, da Ana Terra. Talvez não com aquela empáfia que uma
Maria Valéria tem lá no último volume do Tempo e o Vento do Érico, mas, ao
contrário, com aquela maneira de permanecer, não dura e fechada, mas firme no
seu posto, como tiveram que fazer a Ana Terra e a Bibiana.
É, portanto, neste sentido, que queria homenagear a Alzira, em meu nome
particular e no dos meus companheiros do PSDB – especialmente, Alzira, a Yeda
pediu que te abraçasse neste sentido; em nome dos companheiros do Partido dos
Trabalhadores, que me designaram como tal; do PFL, em nome do Ver. Reginaldo
Pujol. Não podemos repetir esse gesto, infelizmente, porque ele é feito uma única
vez. Mas tu, Alzira, podes repetir tantas outras visitas que tens feito a esta
Casa para cobrar, reivindicar e trazer os pleitos da comunidade que
representas, diretamente do bairro ou daqueles segmentos que representas que
estão contigo aqui nesta Mesa hoje, formando uma espécie de quadro de
participação. Portanto, o meu abraço, e espero que, de fato, como disse o Ver.
Jocelin Azambuja , tu continues assim durante muito, muito tempo. Quero
continuar te vendo nesta briga. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Antônio Dib está com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Excelentíssimo Sr. Presidente Isaac Ainhorn; Sra. Prof a. Sônia Pilla Vares, Secretária Municipal; Sra. Santa Inese da Rocha, Presidente do Instituto Cultural Português; Prof a. Ellen Walkíria Eifler, Presidente da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul; Sra. Sílvia Benedetti, Presidente do Grêmio Literário Castro Alves; e a homenageada de hoje, a Sra. Alzira Dornelles Bán. Uma saudação muito especial ao Prof. Irajá Damiani Pinto, que foi meu professor, e um abraço muito especial, também bastante grande, para o ex-Vereador Geraldo Stédile. Minhas Senhoras e meus Senhores, hoje às duas horas da tarde, quando eu dizia, despedindo-me da Alzira, que eu voltaria para saudá-la, porque fazia questão de saudá-la, eu não estava, em absoluto, pensando em falar das qualidades da Alzira, porque se ela foi homenageada é porque tem qualidades, mas se os senhores todos aqui estão é porque a conhecem e, talvez, até melhor do que eu. Então, não há por que repetir tudo aquilo que ela fez, tudo aquilo que ela quer fazer e tudo aquilo que ela vai fazer. É para Alzira que quero falar.
Alzira, a vida é uma sucessão de momentos. Há momentos bons, momentos não tão bons e até maus momentos, e tudo isso deve ser enfrentado pelo homem com muita tranqüilidade porque ele nada pode alterar. Já dizia minha mãe que um minuto de felicidade vale uma vida. Eu acho que esse minuto de felicidade tu estás vivendo agora. Um minuto de felicidade vale uma vida que deves ter sempre presente, porque outros momentos talvez não sejam tão felizes, nem tão bons, e este há de te dar razões para enfrentar e para vencer. Eu também sempre digo que, nas contas de poupanças de nossas vidas, esses momentos sã depositados, momentos de felicidade, momentos de glória, para que aqueles outros momentos que a vida nos leva a enfrentar possam ser superados. Eu sei que a força que te move é bastante grande, o entusiasmo que os teus filhos, netos e amigos te emprestam é bastante grande, porque tu transmites a eles isso. É por isso que fiz questão de saudá-la, é por isso que fiz questão de vir a esta Tribuna- notem que é a Segunda vez neste ano que falo desta Tribuna, em pé, porque quase sempre falo na cadeira de rodas – para dizer que desejamos toda a felicidade, porque tu acumulas felicidade distribuindo felicidade para outros, e, também, para desejar-te algo de bom e importante, porque sei que na tua vida as metas são conseguidas. Eu quero que a réplica da Igreja do Menino Deus seja construída o mais breve possível. Saúde e paz. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Nós convidamos o Ver. Jocelin Azambuja para fazer a entrega do Título de Cidadã Emérita à nossa homenageada.
(É feita a entrega do Título à Sra. Alzira Bán.)
Temos a honra de passar a palavra à nossa homenageada, Professora e líder, Alzira Bán, a quem eu convido para usar a Tribuna.
A SRA. ALZIRA BÁN: Querido Sr. Presidente - eu tenho que começar dizendo “querido” porque eu sou amorosa - , demais amigas formadoras da Mesa: Sônia, Éllen, Santa e Sílvia, cada uma representando um grupo de muita importância para a nossa sociedade. Eu gostaria de citar a qualidade de cada amigo que está aqui, mas eu poderia até esquecer algum e, sem querer, ofender, e eu não posso, porque isso não está de acordo comigo.
Eu me sinto honrada – todos sabem, é natural -, e também estou muito comovida, porque não esperava nunca estar aqui. Alguns Vereadores disseram como eu luto e tal, e até que sou exagerada. Todos que me conhecem sabem que o meu lema é “in medio stat virtus”. Então, se a virtude está no meio, Ver. Antonio Hohlfeldt, eu não dei trabalho para ninguém. Eu sou muito comedida. Eu não sou dos extremos. O meu único extremo é ter muito amor pelo ser humano. Como eu disse hoje no almoço, não tenho partido algum, tenho amigos em todos, distribuo os meus votos e os da minha família entre todos aqueles que me tocam o coração e em quem reconheço as qualidades, porque o primeiro objetivo de cada um de nós é fazer uma sociedade ou melhor possível. E nessa direção, é lógico, eu vou continuar trabalhando.
Fui professora por acaso. Parece que me saí bem. Gosto de tudo que faço e acho que o ser humano que ama aquilo que faz é um ser humano feliz, sem colocar a sua felicidade na dependência de ninguém e nem de nada, mas apenas de si mesmo. Esse exemplo eu tenho procurado passar para os meus alunos e para a minha família. Hoje eu recebi muitos telegramas, muitos telefonemas, muitos cartões, muitas flores, e os meus filhos me deram umas flores com as seguintes palavras: “Você é o verdadeiro significado da vida com os seus exemplos de amor”. Por esta frase eu acho que em dados momentos parece que é assim que sou vista. Realmente eu desejo, sempre desejei e continuarei desejando que a nossa sociedade porto-alegrense, gaúcha, brasileira, seja um modelo, seja um exemplo. Voltamos agora do Canadá, onde fizemos contato com os grupos açorianos que lá moram. Trouxemos idéias para melhorar o nosso ensino, tornando-o melhor, porque acredito que, se nós conseguirmos ter bons cidadãos, que nos respeitem, que respeitem o meio ambiente e os bens públicos, tornar a nossa sociedade exemplar.
Fiquei muito feliz quando tocou o Hino Nacional e quando todos ficaram em pé, porque o civismo está muito esquecido no Brasil.
Gostaria de registra que vou procurar a Profa.. Sônia para termos uma conversa, porque o exemplo pode partir da nossa Cidade: o exemplo de um melhor ambiente, de melhores pessoas. Espero que chegue o momento em que o albergue não seja necessário. Podemos ter um local para receber os que têm menos, ensinando-os a reencontrar o caminho. Os albergues, uma sociedade bem organizada, podem ter o seu número reduzido.
Passando por Nova Iorque, li um jornal, “Be Brazilian”. Ele é público, deste 1972, em inglês. Nesse jornal, havia páginas escritas em português, divulgando o resultado de um concurso de literatura. O primeiro lugar, em poesia, ficou com o título “Nós os brasileiros sem Brasil” do Engenheiro Paulo Caldeira, natural de Porto Alegre. Eu descobri seus pais residindo na Rua Olavo Bilac. Em contato com ele, obtive a permissão para publicá-lo. Nesse poema, ele fala da saudade que tem do nosso guri de rua, até do nosso ambiente caseiro de cafezinho servido numa bonita bandeja de guardanapo branco. É assim que ele fala e tem muita saudades de nós, mas, infelizmente, precisa guardar dinheiro. Paulo Caldeira é um exemplo e nós vamos divulgar através dos nossos meios de comunicação e vamos intercambiar com os brasileiros que estão em Nova Iorque.
Deixo, aqui, o meu muito obrigada. Eu sei que o tempo é preciso. Um beijo a cada um e a minha pessoa está à disposição de todos no sentido de tornar sempre a vida cada vez melhor! Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE: A nossa homenageada, agora, dizia que não é muito de discurso. Imaginem se fosse!
Eu acho que, no final desta Sessão, nós poderíamos sintetizar, dizendo que, por este estilo peculiar, a Alzira Bán granjeou o reconhecimento, a admiração, o respeito dos Vereadores desta Casa, o carinho dos seus amigos, que, hoje, estão aqui para homenageá-la. Está presente o ex-Vereador Geraldo Stédile, referido pelo Ver. João Dib. Parece que o ex-Vereador passou o dia aqui, na Câmara, pois já tem uma experiência. Também está presente o Cidadão de Porto Alegre, reconhecimento por esta Casa, o Nilton Stock, Presidente da Federação Gaúcha dos Jogos de Dama, que veio aqui prestigiar a Sessão de homenagem à Alzira Bán. Mas, na realidade, o que se observa é que, neste seu estilo coloquial, nessa sua forma simples, a Alzira vai dizendo e realizando as coisas que deseja. Por isso é que ela granjeia toda essa admiração de todos nós. É uma Sessão singular esta que se realiza, e tenho certeza de que com tuas palavras sensibilizaste e emocionaste a todos. Muito obrigado.
Está encerrada a Sessão Solene.
(Encerra-se a Sessão às 11h28min.)
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